A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Vaticano para o funeral do papa Francisco deve adiar decisões importantes do governo federal. O embarque está previsto para a noite desta quinta-feira (24) e o retorno no sábado (26), logo após a cerimônia.

    Esta ausência de Lula ocorre em meio a impasses na política interna, como a indefinição sobre o novo titular do Ministério das Comunicações. O deputado Pedro Lucas (União-MA), indicado para substituir Juscelino Filho, recusou o convite. O nome de Frederico de Siqueira Filho, presidente da Telebras, foi sugerido pelo partido, mas ainda não houve confirmação oficial.

    Antes de embarcar, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários. No início do mês, já havia feito reunião semelhante com representantes do Senado após críticas sobre seu distanciamento do Legislativo.

    Outro ponto em aberto é a reforma ministerial, que segue sem avanços mesmo após pressões de aliados por uma reestruturação mais ampla para melhorar a articulação política e fortalecer a base no Congresso.

    Crise no INSS e agendas adiadas

    A viagem internacional também coincide com a crise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após operação da Polícia Federal afastar e levar à demissão do então presidente Alessandro Stefanutto. A PF apura cobranças indevidas feitas por entidades em contas de aposentados e pensionistas.

    A ida ao Vaticano obrigou Lula a adiar compromissos que teria nesta quinta e sexta-feira (25), em Porto Velho (RO) e Parauapebas (PA), onde faria anúncios relacionados à reforma agrária e a ações do governo federal.

    A comitiva presidencial será composta por Lula, a primeira-dama Janja da Silva e os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF): Hugo Motta, Davi Alcolumbre (União-AP) e Luís Roberto Barroso. O Vaticano liberou apenas cinco vagas para a cerimônia. Outros ministros e parlamentares podem acompanhar a viagem, mas sem acesso à solenidade oficial.

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