A polícia de Los Angeles iniciou prisões em massa na noite de terça-feira (10), após o toque de recolher imposto pela prefeita Karen Bass no centro da cidade, durante o quinto dia de protestos contra a política migratória do presidente Donald Trump. Pelo menos 378 pessoas foram detidas desde o início dos atos.

Segundo o Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD), a medida foi tomada após atos de vandalismo, saques e confrontos com manifestantes. O toque de recolher está em vigor das 20h às 6h, e cobre uma área de aproximadamente 2,5 km² do centro da cidade, afetando cerca de 100 mil dos quatro milhões de habitantes.

Ainda na terça-feira, ao menos 197 manifestantes foram presos, o maior número registrado em um único dia desde o início dos protestos. No sábado, haviam sido 29 prisões, número que subiu para 113 na segunda-feira, antes de atingir o pico de terça.

A prefeita Karen Bass justificou o toque de recolher como forma de conter a escalada de violência. Segundo ela, na noite anterior, 23 estabelecimentos comerciais foram saqueados e diversos prédios foram pichados.

Além das ações em Los Angeles, o Texas também mobilizou a Guarda Nacional para reprimir protestos semelhantes em várias cidades. O governador Greg Abbott confirmou o envio de tropas para locais com manifestações previstas, como o protesto “No Kings” em San Antonio, marcado para sábado (14).

As manifestações, iniciadas na sexta-feira, foram desencadeadas por operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), que realizou batidas e prisões de imigrantes ilegais, inclusive em seus locais de trabalho.

Cidades como Nova York, Chicago, Atlanta, Seattle, San Francisco e Denver também registraram protestos pacíficos contra as políticas migratórias da gestão Trump. No entanto, em Los Angeles, houve confrontos pontuais, como na Rodovia 101, onde a Patrulha Rodoviária da Califórnia usou cassetetes para dispersar manifestantes.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou as ações do governo federal e alertou para os riscos à segurança pública. Ele também negou que tenha falado com Trump em ligação recente, contrariando a versão do ex-presidente sobre uma suposta conversa.

A prefeitura e a polícia afirmam que não têm sido informadas com antecedência sobre novas batidas do ICE e que seguem monitorando a situação. O toque de recolher pode ser prorrogado nos próximos dias, dependendo da evolução dos protestos.

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