Israel lançou uma ofensiva militar contra instalações nucleares iranianas na noite de quinta-feira (12), atingindo mais de 100 alvos em todo o território do Irã. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou a operação como um ataque preventivo contra uma possível ameaça nuclear. A ação deixou mortos entre civis e militares de alto escalão e provocou a imediata reação do governo iraniano, que prometeu uma retaliação severa.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), a ofensiva utilizou cerca de 200 caças e mais de 330 munições para atingir alvos estratégicos ligados ao programa nuclear iraniano. Entre os mortos confirmados estão o comandante-chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, o comandante Gholamali Rashid e os cientistas Fereydoun Abbasi e Mohammad-Mehdi Tehranchi.
O ataque também teria atingido a principal instalação de enriquecimento de urânio do país, localizada em Natanz, mas sem registro de aumento de radiação, conforme informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Em resposta, o Irã disparou mais de 100 drones em direção ao território israelense, e ameaçou atacar alvos dos Estados Unidos no Oriente Médio. “A retaliação da República Islâmica do Irã é certa, e o inimigo pagará um preço alto”, declarou um porta-voz das Forças Armadas iranianas à imprensa estatal.
O governo de Israel decretou estado de emergência, fechou escolas, cancelou atividades não essenciais e orientou que a população busque abrigos. Hospitais receberam ordem para interromper atendimentos ambulatoriais e funcionar em áreas protegidas. O espaço aéreo israelense, bem como os do Irã e da Jordânia, também foi fechado. O aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, suspendeu pousos e decolagens.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não autorizou nem participou da operação israelense, apesar de seu histórico de apoio ao país aliado. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, reforçou que os EUA tomaram medidas de precaução para proteger suas tropas e orientaram funcionários e cidadãos no Oriente Médio a permanecerem em alerta.
A comunidade internacional reagiu com preocupação à escalada do conflito. Países como Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia pediram moderação e cobraram uma solução diplomática para evitar um conflito de grandes proporções.
Netanyahu alegou que o Irã já teria urânio suficiente para fabricar até nove bombas atômicas e justificou o ataque como forma de evitar “um novo holocausto nuclear”. Autoridades iranianas, por outro lado, acusam Israel e seus aliados de agirem com base em “operações políticas e psicológicas” e anunciaram a criação de um novo centro de enriquecimento de urânio “em local seguro”.
A situação eleva a tensão regional a um dos níveis mais críticos dos últimos anos, reacendendo temores de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, com potencial de envolvimento de potências como Estados Unidos e Rússia, aliada estratégica do Irã.