A disputa pelo comando da Prefeitura de Rio Largo ganhou mais um capítulo após o prefeito Carlos Gonçalves (PP) denunciar uma tentativa de golpe político. O gestor nega ter renunciado ao cargo e ingressou com um mandado de segurança para anular sua destituição, realizada pela Câmara Municipal na segunda-feira (31).
A decisão da Câmara se baseou em uma suposta carta de renúncia assinada pelo prefeito e pelo vice, Peterson Henrique (PP). No entanto, Gonçalves afirma que o documento é falso e classificou a ação como uma tentativa criminosa de tirá-lo do cargo. O vereador Rogério Silva (PP), presidente da Câmara, assumiu interinamente o comando do município.
Diante da crise, a Polícia Militar precisou ser acionada para conter os ânimos quando Silva tentou acessar o gabinete da prefeitura e foi impedido por apoiadores do prefeito. Vídeos do momento mostram uma grande confusão no local.
Investigação e posicionamento do MP
O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) acompanha de perto o caso e afirmou, em nota, que está em diálogo permanente com a Polícia Civil para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos. O delegado José Carlos André dos Santos conduz a investigação, que tem apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O mandado de segurança apresentado por Carlos Gonçalves tramita na 1ª Vara Cível de Rio Largo e também inclui como alvos os vereadores Rafael Rudson Feitosa Pinto, Carlos Henrique Rolin Vasconcelos, Douglas Henrique de França e Márcio Soares Cavalcante.
A defesa do prefeito argumenta que os documentos apresentados pela Câmara não possuem reconhecimento de firma e foram protocolados por servidores da Casa Legislativa sem legitimidade para tal ato. Além disso, segundo os advogados, o presidente da Câmara tentou acessar contas da prefeitura na Caixa Econômica Federal, levando a suspensão dos recursos do município.
Prefeito mantém posição
Carlos Gonçalves reafirmou que segue no cargo e chamou a situação de “golpe criminoso”. Ele garantiu que todas as medidas judiciais estão sendo tomadas para assegurar que a decisão da Câmara seja anulada.
“Não há carta de renúncia assinada por mim. Esse documento é falso e faz parte de uma tentativa criminosa de me retirar do cargo. Fui eleito pelo povo e sigo como prefeito. Rio Largo pertence à sua população, não a interesses políticos”, declarou.
A Justiça de Rio Largo analisa o pedido para reverter a decisão da Câmara e devolver o cargo ao prefeito e ao vice. Enquanto isso, a gestão municipal segue em incerteza, com serviços administrativos comprometidos pela instabilidade política.