A Polícia Federal (PF) indiciou o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, por estelionato e fraude em competição esportiva. A investigação aponta que o jogador teria participado de um esquema de apostas envolvendo a manipulação de cartões amarelos durante jogos do Campeonato Brasileiro de 2023. Outras dez pessoas, incluindo familiares do atleta, também foram indiciadas.

    Segundo a PF, a investigação encontrou diálogos comprometedores no celular do irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior. Nas mensagens, trocadas em 29 de agosto, Bruno Henrique confirma estar pendurado com dois cartões e informa que forçaria o terceiro na partida contra o Santos. Wander responde dizendo que vai “guardar o dinheiro” para o “investimento com sucesso”.

    A apuração teve início após um alerta da International Betting Integrity Association (IBIA) à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que identificou apostas atípicas na partida entre Flamengo e Santos, realizada em 1º de novembro de 2023. As apostas foram registradas, em grande parte, por usuários de Belo Horizonte (MG), cidade natal de Bruno Henrique.

    A polícia acredita que o jogador repassava informações privilegiadas ao irmão para beneficiar o grupo de apostadores. Entre os indiciados estão também a cunhada e uma prima do atacante, que teriam lucrado com apostas feitas em plataformas digitais com base nesses dados.

    Em outro trecho das conversas, Bruno Henrique menciona a necessidade de R$ 10 mil por semana para entrar no suposto esquema. Wander, animado, sugere intermediar o valor por meio de outra pessoa, mas o jogador recua e afirma que, por terem o mesmo sobrenome, não poderia envolvê-lo diretamente.

    A PF afirma que, na véspera do jogo contra o Santos, Bruno Henrique chegou a ligar para o irmão para confirmar que tomaria o cartão amarelo. Na partida, ele foi advertido com um cartão por falta e, depois, expulso por ofensas ao árbitro — comportamento que reforçou as suspeitas sobre a manipulação.

    O caso segue sob investigação. A assessoria de imprensa de Bruno Henrique foi procurada, mas informou que não irá se manifestar.

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