Após a morte do Papa Francisco, o Vaticano passa por vários ritos tradicionais da Igreja Católica, conduzidos pelo camerlengo, Cardeal Kevin Farrell, autoridade encarregada de administrar o período de transição até a escolha de um novo pontífice.

    Assim que a morte do Papa é confirmada por médicos, o camerlengo é o primeiro a ser informado e comparece ao local onde está o corpo. Em seguida, utiliza um pequeno martelo e da três batidinhas na testa do pontífice enquanto chama três vezes seu nome de batismo. Após isso é anunciada a morte.

    A primeira providências após a confirmação da morte é o lacre da residência e do escritório pessoal do papa. No caso de Francisco, a Casa Santa Marta — onde ele optou por viver, em vez do Palácio Apostólico — foi isolada. Essa medida tem origem histórica e visa evitar acessos indevidos ou tentativas de saques durante o período sem liderança.

    Outro ritual tradicional é a destruição do Anel do Pescador, símbolo do poder papal. O anel, que traz o nome do papa e remete ao apóstolo Pedro, é quebrado pelo camerlengo diante do Colégio de Cardeais. O gesto representa o fim oficial do pontificado e impede o uso indevido do selo papal, que no passado era utilizado para autenticar documentos com cera quente.

    No caso de Francisco, o anel era de prata, com uma cruz no lugar da figura de São Pedro, em um design mais simples do que o habitual. A destruição da peça simboliza não apenas o encerramento do ciclo de liderança, mas também protege a integridade institucional da Igreja.

    Esses ritos seguem normas estabelecidas há séculos, com algumas adaptações ao longo do tempo. A exceção mais recente foi em 2013, quando Bento XVI renunciou ao cargo. Por não ter morrido, seu anel não foi destruído, mas marcado com uma cruz em um processo chamado rigatura.

    Com a morte de Francisco, inicia-se agora o período de sede vacante, durante o qual a Igreja permanece sem papa até a eleição do próximo sucessor de Pedro, durante um Conclave

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