O Conclave que vai eleger o novo Papa terá início nesta quarta-feira (7) no Vaticano. Ao todo, 133 cardeais com direito a voto participam do processo, todos já presentes em Roma. A informação foi confirmada pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, na manhã dessa segunda-feira (5).
Segundo o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, os quartos destinados aos cardeais já foram sorteados e estão prontos na Casa Santa Marta e na antiga Santa Marta. Os eleitores poderão se deslocar até a Capela Sistina por um percurso protegido.
Durante a 10ª Congregação Geral, realizada nesta manhã, 26 intervenções trataram de temas como direito canônico, missão da Igreja, papel das mulheres, fragmentação do mundo, crises globais, vocações, sinodalidade e o papel do próximo pontífice. À tarde, mais 20 discursos abordaram migração, guerras, comunhão eclesial e responsabilidade dos cardeais.
Ainda nesta segunda-feira, foi realizado o juramento de sigilo por cerca de 100 funcionários e assistentes do Conclave, eclesiásticos e leigos, na Capela Paulina. Todos prometeram manter segredo absoluto sobre qualquer informação relacionada à eleição, sob pena de excomunhão automática, conforme previsto pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, de João Paulo II.
Também foi anunciada a suspensão de todos os sinais de telecomunicações móveis a partir das 15h (horário local) do dia 7, medida que será mantida até o anúncio do novo pontífice.
Na quarta-feira, os cardeais iniciam oficialmente os trabalhos com a Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, às 5h (horário de Brasília), na Basílica de São Pedro. Às 11h30, seguem em procissão para a Capela Sistina, onde farão novo juramento e participarão da primeira votação.
A partir de quinta-feira (8), serão quatro votações diárias — duas pela manhã e duas à tarde. Para ser eleito, o novo Papa precisa de dois terços dos votos (89). Após cada votação, as cédulas são queimadas em um fogareiro; a fumaça preta indica que não houve decisão, e a branca, a eleição do novo Papa.
Caso nenhum nome seja escolhido até o domingo (11), o Conclave poderá ser suspenso para oração e diálogo entre os eleitores. O processo pode se estender por até 10 dias de votações, podendo haver pausas a cada sete sessões. Se após 33 ou 34 votações não houver consenso, os dois cardeais mais votados entram em uma espécie de segundo turno — mantendo a exigência dos dois terços para vitória.
A Capela Sistina ficará fechada ao público durante todo o processo, que não tem duração pré-definida. O último Conclave, que elegeu o Papa Francisco, durou dois dias. A eleição mais longa da história levou dois anos e dez meses.