O exército de Israel interceptou neste domingo (8) o barco humanitário Madleen, que levava 12 ativistas em direção à Faixa de Gaza, entre eles a sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e a deputada europeia Rima Hassan. O grupo fazia parte da missão Freedom Flotilla Coalition (FFC), que tenta romper o bloqueio israelense e entregar ajuda humanitária ao território palestino.
Segundo relatos dos ativistas e da própria FFC, o navio foi abordado em águas internacionais e levado pelas forças israelenses para Israel. Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ouvir alarmes e ver os tripulantes de coletes salva-vidas. Em uma das imagens, eles aparecem com as mãos levantadas. O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a operação e afirmou que todos os passageiros serão devolvidos aos seus países de origem.
A interceptação ocorreu após Israel anunciar que impediria a chegada da embarcação à costa de Gaza. Drones israelenses cercaram o Madleen e lançaram uma substância branca sobre o convés, provocando irritação nos olhos de alguns ocupantes. As comunicações do barco também foram bloqueadas, segundo os organizadores.
A missão humanitária partiu do norte do Egito e pretendia chamar a atenção da comunidade internacional para a crise humanitária em Gaza. Recentemente, o governo de Benjamin Netanyahu havia suspendido a entrada de ajuda no enclave, aumentando a pressão internacional contra Israel.
O brasileiro Thiago Ávila afirmou antes do ataque que temia a ação militar. Segundo ele, a mesma unidade de elite israelense envolvida nesta operação já havia atacado outra flotilha 15 anos atrás, resultando na morte de 10 participantes.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou a iniciativa como uma “provocação midiática” e afirmou que há formas seguras de enviar ajuda humanitária sem recorrer a “iate de selfies”. A FFC nega a acusação e afirma que seu objetivo é denunciar os efeitos do bloqueio sobre a população civil de Gaza.