O conflito entre Irã e Israel ganhou novos capítulos de tensão entre a noite desta sexta-feira (13) e a madrugada deste sábado (14), com a troca de ataques que já deixaram, até o momento, 80 mortos, centenas de feridos e um clima de instabilidade no Oriente Médio.
Segundo informações das Forças de Defesa de Israel (FDI) e da imprensa local, três ondas de mísseis iranianos atingiram áreas centrais de Israel. Alguns projéteis conseguiram furar o bloqueio do sistema de defesa Domo de Ferro, causando destruição em Tel Aviv, Jerusalém e Rishon Lezion, onde uma mulher e um homem morreram. O jornal The Jerusalem Post fala em pelo menos 70 feridos, número que pode aumentar com o avanço dos trabalhos de resgate.
O ataque, batizado pelo Irã de “Operação Verdadeira Promessa 3”, teria como alvos instalações militares israelenses, incluindo o Ministério da Guerra de Israel — informação ainda não confirmada oficialmente por Tel Aviv. As explosões provocaram pânico, fumaça e destruição em diversos pontos do território israelense.
Em resposta, Israel bombardeou a capital iraniana, Teerã, atingindo, segundo a agência estatal IRNA, o Aeroporto de Mehrabad. Até o momento, não há informações sobre feridos no local, mas um incêndio foi registrado.
Durante reunião no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o embaixador do Irã, Amir Saeid Iravani, afirmou que os ataques israelenses iniciados na quinta-feira (12) deixaram 78 mortos e 320 feridos no país. O Irã também acusou os Estados Unidos de darem suporte às ações israelenses, o que foi negado pelo governo norte-americano.
Por que Israel atacou o Irã?
Segundo análises divulgadas pela imprensa internacional, Israel decidiu agir agora por entender que o regime iraniano está em sua maior fragilidade dos últimos anos. A queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, a perda de líderes importantes do Hezbollah e o enfraquecimento de milícias apoiadas pelo Irã em Gaza, Cisjordânia e Líbano contribuíram para esse cenário.
Além disso, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, buscou antecipar qualquer possibilidade de acordo entre Estados Unidos e Irã que pudesse suspender o desenvolvimento de armas nucleares pelo regime dos aiatolás. O objetivo de Israel, segundo o próprio governo, é evitar que o Irã construa uma bomba atômica.
Ameaças aumentam
Após o contra-ataque iraniano, o governo de Teerã alertou que as bases dos Estados Unidos no Oriente Médio podem ser os próximos alvos, caso os ataques israelenses continuem. Por outro lado, as FDI mantêm as tropas em alerta máximo e orientaram a população israelense a permanecer próxima de abrigos antiaéreos.
O cenário é de intensa tensão e alerta internacional, enquanto cresce o temor de que a escalada de violência se transforme em um conflito de proporções ainda maiores no Oriente Médio.